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A Educação Artística

Arte Educação


"arte" __ uma palavra tão ambígua quanto educação." (Herbert Read)

Segundo Herbert Read no seu livro A Redenção do Robot toda criança absorvida num desenho ou atividade criativa é uma criança feliz e auto-expressão é autodesenvolvimento, por isso devemos propiciar-lhe bastante tempo para as atividades artísticas que são para ela uma válvula de escape, consequentemente o caminho para a sua serenidade.

Na imagem a seguir observa-se alguns dos meus alunos tão concentrados na atividade que nem repararam que estavam sendo fotografados.

                                                                                     Alunos fazendo Desenho de Criação

 Meus alunos desenhando e colorindo o trabalho com lápis de cor e de cera.


"A Educação Artística deve ser, antes de tudo, a educação da espontaneidade estética e da capacidade já manifesta. Ela não pode, menos ainda que qualquer outra forma de educação, se contentar com a transmissão e aceitação passiva de uma ideia completamente elaborada: a beleza como a verdade, não vale senão quando recriada pela pessoa que a conquista." (Jean Piaget)



Exposição na escola de trabalhos de aluno em lápis de cor, lápis de cera, caneta hidrocor e nanquim


O professor de arte deve sempre trabalhar com o aluno partindo do diálogo para possibilitar a ele o desenvolvimento da sua criatividade e o seu senso crítico. Através da arte a criança expressa como vê as coisas e o seu mundo. O desenho, por exemplo, é para ela uma forma de linguagem. O educador deve utilizar este meio importante e o processo individual do aluno, de acordo com a sua faixa etária e o seu rítmo, gradualmente, e levando em conta o seu dia a dia. A arte deve ser percebida por ele como algo que faz parte do seu cotidiano, do mundo, da vida de todo ser humano, de como podemos fazer as coisas de modo diferente, de que todos os objetos possuem uma forma, uma estética, de que um desenho serve como vivência estética e meio expressivo, e também de que ela está sempre em mudança.

Segundo o artista Waltércio Caldas, uma escola de arte não deve propor atividades didáticas normativas, mas incentivar o aluno a aprender sozinho.

Certamente não se trata do "laisez-faire", ou seja, deixar o aluno fazer o trabalho sem nenhuma orientação, passivamente, sem reflexão sobre o seu fazer. Por esta razão, o professor deve ter um bom embasamento teórico sobre a sua prática pedagógica, para saber informar de forma segura e clara os fundamentos da linguagem visual: o ponto, a linha, a textura, os contrastes, etc., para que o aluno possa perceber o conjunto das formas, interpretar o que vê e o que sente e, assim, realmente criar, se expressar esteticamente.


É preciso também que o professor possibilite ao discente um ambiente adequado, tranquilo, espaço físico diferenciado, materiais e suportes diversos para as atividades que propõe.

Nas imagens a seguir observamos que os meus alunos trabalham concentrados, experimentando diferentes materiais: lápis de cor, lápis de cera, caneta hidrocor, tinta, tesoura, cola, e diferentes suportes: papel e mural.



Nas imagens a seguir os meus alunos pintam um mural com tinta, a partir da observação da própria sala de aula e da imaginação, respeitando o espaço plástico de cada colega e procurando dar unidade ao trabalho individual e do grupo.


A proposta para a pintura do mural partiu da observação de obras cujo tema é a própria arte, ateliers, como por exemplo " Studio com Cabeça", "Jaqueline no Studio", "Interior com uma Menina Desenhando", de Picasso e algumas de outros artistas.


Stúdio de Cabeça, de Pablo Picasso


A leitura de imagens, certamente, não deve servir como cópia mas para o aluno adquirir conhecimento sobre as várias formas de representação de um mesmo tema, sobre a arte e sua história assim como para evitar que desenhe estereótipos.

É necessário também que os alunos percebam a importância de se manter, ao final da atividade, os materiais limpos e organizados, e que a cooperação do grupo também neste caso é fundamental na sala de aula.


Meus alunos terminando a aula e deixando em boas condições de uso o espaço de trabalho.
E, enfim, a máquina fotográfica foi percebida!


Estas atividades foram sistematizadas, ou seja, foram enriquecidades com informações sobre a Arte Moderna, as obras dos muralistas, de Matisse, de Kandinsky, de Picasso, entre outros artistas, através de fitas de vídeo, livros, revistas e gravuras de arte, além de uma reflexão sobre o que viram, experimentaram e exporam.

"toda nação se consolidade com o social, o econômico e o cultural (...) que dependem da Educação (...) campo em que não há desafios externos patrulhados por sentinelas, mas desafios internos enfrentados no dia a dia por professores." (Luiz Carlos de Menezes)

Para Levy o evento da criação não se encontra mais limitado ao sujeito mas pode ser coletivo e contínuo.

"Noventa por cento do sucesso se baseia simplemente em insistir." (Woody Allen)


 "A História do México", de Diego Rivera

Diego Rivera, artista mexicano que criou vários murais.



A seguir um vídeo do Youtube sobre a obra de Diego Rivera.




Procure, agora, informar-se sobre artistas e suas obras. A partir de uma delas ou mais de uma crie um desenho, podendo usar diferentes materiais, suportes ou técnicas.


Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.






A Criança e o Desenho

Toda criança gosta de desenhar


"Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer." Pablo Picasso

"Antes eu desenhava como Rafael mas precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças." Pablo Picasso

"A produção gráfica das crianças encantam pela beleza, pela síntese do humano que encerram e pela poesia."

"As crianças têm necessidade de desenhar, e desde o final do séc. XIX, muitos teóricos têm se dedicado a entender essas marcas fascinantes feitas por elas, os motivos que as levam a mudar seus rabiscos, suas representações (...)."

"De acordo com a teoria piagetiana, a criança reconstrói criativamente o objeto do conhecimento ao tentar compreendê-lo (...) através da ação da criança sobre os objetos de seu meio e depois (...) para o plano da represenação, onde ela vai agir em pensamento."

"Conforme Luquet, o primeiro estágio do desenho, denominado Realismo Fortuito, no nível do Desenho Involuntário, é aquele em que a criança faz marcas numa superfície pelo prazer visual, gestual, de traçar linhas sem a  intenção de representar."




Rodrigo - traçando pela primeira vez

"O nível seguinte, Desenho Voluntário (...) inicia quando a criança interpreta suas marcas gráficas e passa a ter a intenção de representar o seu meio através do desenho (...) mesmo que sua intenção e sua interpretação (...) não coincida ou se altere (...)"



Não junta as partes

"O segundo estágio é o da Incapacidade Sintética, em que a criança começa a construir formas deferenciadas para cada categoria de objeto. De acordo com Piaget, ou seja, estão relacionadas às características mais gerais dos ojetos: fechado/aberto, dentro/fora, perto/longe(...)"


 


Coloca tudo que vê, profundidade, transparência, gira a folha, ergue a rua

"O terceiro estágio do desenho, Realismo Intelectual é aquele em que a criança procura se expressar e criar de forma mais ampla e rica nessa linguagem em que constrói formas para cada categoria de objeto, colocando tudo o que vê e o que conhece do objeto (...) em que busca organizar as formas no espaço e estabelecer representações de cor para elas."



Linha do chão

"A linha do chão torna-se, então, uma constante nos trabalhos. A criança utiliza-se de vários processos para representar as formas exemplares: o rebatimento, a planificação, a transparência, as formas tangentes, as mudanças de ponto de vista (...) inicia-se (...) a construção de reações projetivas (...) e euclidianas (proporções e distâncias para representar o espaço)."


Beatriz
A faixa azul mais escura representa a linha do chão.

Início da Perspectiva

"O último estágio do Realismo Visual é aqule em que a criança busca desenhar apenas o que percebe visualmente dos objetos, em que procura representar a profundidade, a sobreposição, as opacidâncias e as proporções dos objetos (...) há uma apropriação das convenções gráficas do desenho, como a perspectiva, o escorso (...)"




Julliana - pintando com tinta acríla s/ tela


"(...)as concepções a respeito do processo de desenho se alteram à medida que ela (a criança) se apropria dessa linguagem, e que o desenho é considerado um objeto de conhecimento, em que ação, pensamento e emoção se entrelaçam."

"nem sempre a criança tem um plano do que vai desenhar, muitas vezes é a ação de desenhar, uma cor ou um certo traço que vai lhe possibilitar inventar o seu desenho."

 

"O desenho começa como uma escrita e a escrita começa como um desenho."

"A arte é uma forma de construir conhecimento, que envolve inteligência e sensibilidade, mas que também influi na construção de conhecimentos, em especial em relação à construção da escrita. Assim, possibilitar às crianças que desenhem, ao contrário, de ser uma perda de tempo, é propiciar-lhes representar graficamente suas experiências."

"Sob o olhar de um educador atencioso as brincadeiras infantis revelam um conteúdo riquíssimo que pode ser usado para estimular o aprendizado." Giles Brougère


Maíra - aluna
Técnica mista - modelagem, pintura e colagem s/ papelão
com massinha, tinta, pena e purpurina
Trabalho sobre a chegada dos portugueses no Brasil
e a troca de seus produtos com os dos índios.
 

O desenho é primeira representação gráfica das crianças e um conhecimento muito importante para o seu desenvolvimento, por isso deve servir de instrumento para aprenderem o conteúdo de outros campos de conhecimento.

"As crianças se expressam e buscam conhecer o mundo através da arte. Seus desenhos são o que elas sentem e pensam sobre as coisas."

Elas estão sempre procurando um lugar para fazerem seus traços, suas garatujas, suas marcas, seus desenhos. Se estão na terra procuram um material que lhe sirva para desenhar: um graveto, um caule, uma pedra, etc. Se estão na praia: um palito de sorvete. Se estão numa calçada: carvão ou giz. Mesas, cadeiras, paredes, troncos de árvores e muros são uma atração.

" A família é que faz a criança entrar em contato com a arte. A escola também." Denise Grispum
"A família que apoia a arte, mais integral se torna a educação."

"Embora os primeiros traços que as crianças façam no papel possam não ter sentido algum para os adultos, essas garatujas são parte integrante do desenvolvimento e devem ser encorajados."

O desenho estimula a concentração, a atenção a aprendizagem em geral, a capacidade de perceber (contornos, espaços negativos e positivos, proporção, perspectiva, luz e sombra, volumes, o todo), a comunicação não-verbal, o lado direito do cérebro, ou seja, o lado do raciocínio criativo, intuitivo e da força simbólica.

"A arte não começa com o primeiro rabisco que a criança faz. Na realidade tem início mais cedo, quando a criança reage às experiencias sensoriais estabelecendo o controle com o mundo. Essa é de fato a base essencial para a produção de formas artísticas."