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A Educação Através da Arte


A educação através da arte também leva ao conhecimento.

Nas aulas de Artes Visuais os alunos fazem pesquisa sobre arte, a fim de que conheçam as obras de diversos artistas e a história de movimentos artísticos em diferentes épocas e locais, além de suas influências em vários setores da sociedade, como por exemplo na moda, nos objetos práticos, decorativos, etc.
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Abaixo, alguns dos meus alunos conhecendo obras de arte e os artistas, através da pesquisa, da observação de gravuras e da leitura em livros de arte.
A Arte Educação possibilita a fruição e a contextualização da arte.

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Abaixo, os alunos fazem o trabalho prático a partir de uma obra que o grupo escolheu para fazer uma releitura, ou seja uma interpretação do que observam.
A Arte Educação possibilita também o fazer artístico.
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"Com o conhecimento nossas dúvidas aumentam." Goethe

Se nossas dúvidas aumentam com o conhecimento, precisamos estar sempre nos atualizando, aprendendo, fazendo cursos de reciclagem, especializações, pós graduação, etc. Por isso, os professores de Arte Visuais estão constantemente se reciclando, trabalhando com a imaginação e criando.
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Abaixo, uma oficina de reciclagem para a criação de bonecos e de um teatro de bonecos.

Eu, na oficina da artista e arte educadora Raquel Feferbaum, criando minha boneca e personagem, a brasileiríssima, miscigenada, negrinha de olhos azuis.
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Numa sociedade complexa como é a atual em todo o mundo, a educação é fundamental, no entanto esta não tem sido devidamente valorizada no Brasil.
Se a educação não tem sido valorizada no Brasil, a arte educação menos ainda, mesmo dentro da escola e, até, por professores de outras disciplinas.
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"Somos uma área frágil no currículo. Qualquer coisa, qualquer problema, qualquer crise monetária atinge imediatamente o ensino da arte, porque ele é eliminado, ele é colocado de lado. Não adianta ser obrigatório, porque as escolas arranjam meios de burlar esssa obrigatoriedade. Nós conhecemos os vários modos de burlar a obrigatoriedade." Ana Mae Barbosa

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Abaixo, uma oficina para reciclagem dos profissionais da arte e da educação, onde eu e outros arte educadores aprendemos uma nova técnica, a trabalhar com couro, a criar máscaras e recebemos mais informações sobre a Comédia dell" Arte.

Oficina de máscaras da Comédia dell" Arte
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A arte deveria ser alvo de interesse dos governantes e de todos que se interessam por educação. Deveriam dar a ela a mesma importância que dão às demais disciplinas do currículo escolar, pois além de alfabetizar visualmente o alunos ela trabalha com a interdisciplinaridade, ambas as ações tão importantes na sociedade atual.


"Na Inglaterra, os arte-educadores modernistas tiveram tremendo apoio dos críticos de arte e dos artistas. Na América Latina os arte-educadores sofreram muito por parte dos artistas, dos críticos e dos historiadores conservadores. A passagem do ensino tradicional para o ensino moderno, por exemplo, ceifou Lúcio Costa das artes do Rio de Janeiro. Era moderno demais, por isso os tradicionais o expulsaram." Ana Mae Barbosa


Para a arte moderna o importante era criar uma obra original, inventar novas regras.

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Abaixo, uma de minhas aulas de Artes visuais, na qual os alunos preparam o molde de máscaras com gaze gessada no rosto dos colegas, com muito entusiasmo e respeito a fim de conseguirem um bom resultado no trabalho, e consequentemente se socializando, aprendendo e ensinando simultaneamente.



Meus alunos, em dupla, trabalham uma das técnicas para se confeccionar máscaras.


Esta atividade é educativa por excelência, pois se dá através da cooperação e ajuda mútua usando coisas, e não só pela abstração, ela flui através dos sentidos, dos membros e dos músculos, como acreditavam Platão e Rousseau. Platão defendia a educação mais pela prática do que pelo conceito, por isso baseou sua teoria da educação no estudo das artes.

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"Em sociedade os interesses de cada indivíduo estão mesclados uns aos outros, e não podem ser separados. Os homens deveriam ser ensinados a ajudar uns aos outros." Willian Godwim

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Abaixo, alguns moldes prontos. A partir deles, os alunos puderam comentar sobre o processo da confecção e o resultado obtido, além das formas vazadas, dos volumes e das texturas.





Moldes das máscaras dos alunos

Nos moldes os alunos puderam também perceber as características dos seus próprios rostos e as dos colegas, assim como as semelhanças e as diferenças entre elas.

Abaixo, uma das alunas faz pesquisa em livros sobre a confeccção e o uso de máscaras em diversas culturas.

A pesquisa possiblita a contextualização, e um conhecimento histórico e social sobre o tema.


Abaixo, máscaras de alguns alunos em papier collé criadas a partir dos moldes de gaze gessada e decoradas com diferentes tipos de materiais, convencionais e não convencionais, a escolha deles, conforme sua imaginação.



Trabalhos na exposição com o texto: "Que corpo habita esta máscara? Que alma habita este corpo?"

 Os meus alunos com esta atividade lúdica, criativa e singular puderam trabalhar com tinta guache diferentes elementos da linguagem visual: cores, tons, linhas, texturas, formas simétricas, etc., refletir sobre eles através da observação e análise dos trabalhos, e usar a imaginação.

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"A imaginação é uma necessidade como a respiração. Imaginamos coisas durante o sonho e o pesadelo, mas também temos que imaginar quando acordados."

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Abaixo, algumas das pesquisas concluídas e expostas com as máscaras. Através da sua leitura e do comentário sobre cada uma delas, os alunos puderam ampliar o seu conhecimento sobre o assunto.


Este objeto de estudo possibilitou aos meus alunos a fruição, o fazer artístico e a contextualização, conforme propõe a arte-educadora Ana Mae Barbosa.


"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é criar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo a que eles se propõe." Jean Piaget



Um grupo dos meus alunos desenhando muito concentrados.

"Os modernistas diziam que todos são criadores, o desenho tem que ser uma linguagem universal. Todos têm que ser capazes de desenhar, uns melhores, outros piores. Todos são capazes de desenhar, a arte é para todos. Esse é o ideário modernista." Ana Mae Barbosa

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A arte é um produto cultural e ao mesmo tempo individual, é a criação de um artista numa determinada época e num determinado espaço. É, consequentemente, o produto estético da percepção que ele tem do mundo que o cerca. Portanto, ela nos possibilita o entendimento da história do homem através da história do olhar sobre a realidade, e das transformações ocorridas em diferentes períodos da história da humanidade. Esta história do olhar já começa com a produção de imagens nas cavernas, em seguida nas construções do Egito, da Grécia, de Roma, até, na modernidade, se desenvolver na fotografia, na reprodução de imagens, no cinema, na televisão, nos computadores, nos celulares, resultando atualmente num cruzamento entre todas elas, como constatamos diariamente e afirmam estudiosos do assunto.


Meus alunos assistindo atentamente a uma fita de vídeo sobre imagens e criação artística, e simultaneamente com uma máquina eu os fotografava criando esta imagem deles .

Hoje vivemos num mundo repleto de imagens, por isso o escritor Italo Calvino critica o processo atual de massificação visual, ou seja, das imagens que nos chegam já prontas, das imagens que nos são impostas a todo momento, capazes, conforme teme, de prejudicar a nossa imaginação. Propõe, então, a "pedagogia da imaginação" __ para que possamos preservar nossa faculdadade humana de criar imagens, de imaginarmos, de fantasiarmos, consequentemente de agirmos __ através da educação visual com técnicas, procedimentos, informações sobre a história, sobre produções, produtores, relação sócio cultural para que se possa formar olhar crítico e criativo no mundo contemporâneo.

Se cada um de nós é um ser único no mundo, cada um de nós tem uma meneira única de ver e de sentir, logo, também um modo único de se expressar.

O homem pré-histórico já se comunicava através da linguagem visual com os materiais que conseguia, deixando formas simbólicas nas cavernas, deixando registrado nelas sua forma de expressão, suas crenças, sua imaginação, o que via durante seu estado alterado de consciência, conforme indicam pesquisas de estudiosos sobre o estudo das imagens.

É através do seu imaginário que o artista produz, sua arte é a síntese do seu olhar
e a relação que cria com os elementos da sua linguagem artística provocam novas maneiras de ver e de sentir.

"A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada ao passo que a imaginação abrange um mundo inteiro." Albert Einstein

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Nota:  Os trabalhos desta postagem não são recentes.


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A Escola e a Família

O futuro de todas as gerações depende dos pais e da escola.

A família transmite educação de geração em geração.
A escola transmite conhecimento e a forma do indivíduo se comportar em sociedade, além de prepará-lo para a vida, num mundo em constantes mudanças.


Breve história da educação no mundo

O homem primitivo não tinha escola, ensinava as novas gerações sobre o que observava no universo e sobre o que aprendeu com seus antepassados contando histórias, cantando, e através dos rituais.
Rituais do homem primitivo

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A escola e outras instituições apareceram com o surgimento da escrita, em 3.500 a.C., quando, então, um estudo mais específico foi necessário para que se transmitisse pensamentos abstratos. Antes a educação era dada pela família.

Família

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Escola
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No Egito, para que se aprendesse a linguagem escrita, com 2000 pictogramas, foi necessário que desde cedo os indivíduos, mas só meninos, fossem diariamente à escola, o que ficou constatado nos tabletes de barro sumerianos. As meninas, no entanto, eram educadas em casa. Com estudo, os homens tornavam-se professores, funcionários públicos, topógrafos, arquivistas, conselheiros dos monarcas ou escribas __ os que guardavam documentos e escreviam, sendo remunerados pelo serviço que prestavam. A partir dos dezoitos anos, os rapazes aprendiam hieroglifos, matemática e geometria, fazendo cálculos que pudessem empregar na vida prática, de modo que a sua cultura, fosse preservada e não alterada, por isso não havia o interesse por originalidade e inovações.

Escriba

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Na Grécia o objetivo da escola era que os indivíduos desenvolvessem o conhecimento da política, das artes e do
teatro, através dos filósofos em escolas privadas com supevisão do escravo, chamado de pedagogo. Aos 21 anos estudavam matemática, astronomia, filosofia, enquanto a arte da oratória desde cedo fazia parte do currículo, porque os gregos admiravam aqueles que dominavam a palavra.

Filósofos gregos 
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Em Roma, as crianças aprendiam com os pais, mas quando os romanos conquistaram a Grécia, no séc. XII a.C., copiaram quase totalmente o sistema educacional grego, inclusive para fruirem a poesia e a filosofia do país conquistado estudavam a lingua grega. O conhecimento que adquiriram colocaram em vários volumes de uma enciclopédia.

Escrita grega

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Na Idade Média, por séculos a cultura ficou restrita aos mosteiros, à Igreja.

Com Carlos Magno é que a educação se desenvolveu, porque ele queria unificar a Europa. E para isso, precisava de funcionários que soubessem redigir e ler documentos de um governo feito à distância. Resolveu, então, criar uma lei que obrigasse o estudo, que deveria ser feito nos mosteiros.



Carlos Magno


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"É imperioso para nós que os mosteiros, o governo com que Cristo generosamente nos legou, não se satisfaçam com uma vida piedosa, mas igualmente se dediquem à tarefa de ensinar. Sem dúvida, é melhor agir bem do que saber muito, mas não é possível agir bem sem saber coisa alguma."
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O ensino num mosteiro

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No séc. XIII, surgiram as universidades, como a de Oxford, na Inglaterra __ foto abaixo__, para que as informações da Antiguidade, escritos de Aristóteles e da medicina, não fossem esquecidas.


Aristóteles, filósofo grego

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No séc. XIV, os protestantes alemães traduziram a Bíblia do latim para outras linguas a fim de que fosse lida pelo povo, o que provocou o aumento da alfabetização, inclusive para as meninas alegando que elas também também têm alma.

Bíblia alemã

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Com a Contra Reforma, no século XVI, os Jesuítas, católicos, fundaram 500 colégios com ensino do sistema educacional grego, que chegou ao séc XX em todo o mundo, aceitando meninos pobres, que com isso ascenderam-se socialmente.


O Iluminismo, no século XVIII, priorizando a razão para que as pessoas entendessem o mundo, levou-as a entenderem a educação como um direito. Então, em 1717, na Prússia, a educação pública obrigatória foi adotada.
Descartes e estudiosos do Iluminismo

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Na Revolução Francesa, séc. XVIII / XIX, Jean Jacques Rousseau questionou os métodos educacionais, o que levou ao sistemema educacional moderno, no qual o indivíduo deve ser levado a pensar e a ter instrução cívica. O Estado, então, passou a controlar as escolas e outras instituições, mesmo contrariando os conservadores que queriam escolas religiosas, com conformismo e orações.


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A Revolução Industrial levou a um aumento da educação européia.

Nesta época as crianças trabalhavam

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Hoje, segundo pesquisas, e conforme constatamos muitas vezes nós mesmos, nem todas as crianças vão a escola, porque muitas pessoas e famílias não se interessam por ela, já que muitas vezes não há exemplo algum de alguém bem sucedido em seu meio devido estudo, ao contrário do que acontece com as famílias de bom poder aquisitivo. Ainda segundo elas, nos países pobres ou em desenvolvimento as condicões não favorecem as atividades escolares, porque não há investimento nem verba para a educação. E muitas escolas só valorizam a memorização, a repetição de palavras e um conteúdo teórico inútil para o aluno e a sociedade local, sem a possibilidade de poder empregá-lo na sua vida prática, pois não o ajuda a pensar, a ser criativo, a buscar soluções para as suas necessidades e as da comunidade na qual vive.

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Para a pesquisadora Thaís Cardinale Branco, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) a violência é um atrativo para os jovens que vivem em condições sem perspectiva diante da pobreza do meio em que vivem, pois escolhem as atividades ilegais para adquirirem respeito e admiração.
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"Esses jovens se inspiram no modelo que já têm, já que muitas vezes não têm referência mais forte de pais ou mães (...). A questão econômica não é determinante (...)." sociólogo Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz

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