Os tipos de desenho são: desenho de observação, desenho de memória e desenho de criação.
Através da proposta para fazerem um Desenho de Memória, usando somente a linha de contorno de um objeto, meus alunos puderam trabalhar no papel com o lápis grafite e perceber nele as linhas retas, curvas, inclinadas e paralelas, como as dos exemplos abaixo.
Sem título - Márcio, aluno
grafite s/papel
Desenho de Memória
Sem título - Márcio, aluno
grafite s/papel
Desenho de Memória
Os desenhos acima foram feitos a partir da lembrança e escolha dos alunos, sem que se tenha colocado antes o objeto para observarem.
Observa-se que ao desenhar um objeto de memória as informações que se tem sobre ele foram representadas com forma simplificada, ou seja, com a forma básica.
"O olho, ponte entre a percepção e o mundo fenomenal, passa a ser a linha que liga dois universos: o lá de dentro e o lá de fora." (Edith Derdyk)
Neste vídeo do Youtube podemos ver um desenho de vista aérea da Itália feito de memória.
Tente fazer um desenho de memória, agora.
O desenho de memória pode ser feito como um esboço, de forma rápida, espontânea, de partes, do essencial ou do que é mais significativo de uma figura qualquer para quem desenha, ou seja, lugar, pessoa, objeto registrado na sua mente e transportado para o papel, depois incluir pormenores e outros elementos visuais como tons, texturas, cor, etc.,que achar necessário. Pode-se também começar o desenho a partir da observação de um modelo, de um objeto bem observado e manuseado, e em seguida retirado do campo visual de quem vai representá-lo no papel ou em outro suporte.
Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.
Desenho Coletivo Desenho coletivo é aquele que um grupo de pessoas deu início e outras completaram a composição.
Através deste tipo de desenho, meus alunos puderam perceber a variedade de formas que se pode criar e que as diferentes soluções possibilitaram o enriquecimento do trabalho. A figura criada por um colega pode servir como sugestão para um outro imaginar a sua, criando novas abordagens para um mesmo tema, associando formas, representando espaços, sentimentos e idéias.
Sem título - de alunos, 7a. série grafite s/papel Desenho Coletivo
Sem título - de alunos, 6a. série técnica mista - grafite, caneta hidrocor e lápis de cor s/papel Desenho Coletivo
Sem título - de alunos grafite s/papel Desenho Coletivo
"A interferência escolar pode atuar de maneira criativa e enriquecedora, contribuindo para a continuidade das descobertas e dos experimentos gráficos (...). " (Edith Derdik)
Desenhar junto com o grupo é uma prática que valoriza a criação do jovem, diferentemente da reprodução de desenhos que poda a sua criatividade e a sua liberdade de expressão. Também leva-o a respeitar o trabalho do colega, ver o seu respeitado, e contribuindo no processo e resultado final da atividade proposta.
"Educai as crianças e não será preciso punir os Homens". (Pitágoras de Samos)
"A importância do Grupo é fundamental. Ela possibilita, favorece e avalia nosso direito a novas crenças, novas opções e novas atitudes. A frequência continuada nos proporciona o exercício do novo, da mudança." (Maria Tude - psicóloga)
A seguir um vídeo do Youtube mostrando uma outra atividade para a criação de um desenho coletivo.
Agora junte um um grupo de pessoas e faça um desenho coletivo!
Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.
Esta é a primeira postagem sobre os trabalhos dos meus alunos de Educação Artística
"Tudo que recebemos foi algo que outras pessoas compartilharam, doaram, fizeram circular. (...) O que nós doamos nos confere a alegria de estarmos cooperando, nos sentindo juntos, permutando a todo grupo humano. Quando nos fechamos guardando o que descobrimos, o que nos passam, tudo se perde porque o que está vivo, se não trocar e crescer, tende a empobrecer e morrer. (...)"
Todos podem desenhar
Nas aulas de desenho meus alunos puderam perceber que todos podem desenhar, que todos podem desenvolver a capacidade de observar, que desenho é representar graficamente através de traços a forma, o movimento, a aparência, o tamanho, a posição, o volume, a textura, a luz e a sombra, o claro e o escuro. Nelas fizeram exercícios com linhas em várias direções e com diferentes espessuras a fim de soltarem o traço, observarem a diferença entre elas e conhecer seus nomes.
A seguir desenhos dos meus alunos para através deles comentarem sobre as formas criadas.
Sem título - Josemar, aluno
grafite s/papel
Desenho Livre
"O gesto gráfico é o exercício da sensibilidade." (Edith Derdik)
Sem título - Alexandre, aluno grafite s/papel Desenho Livre
Os trabalhos acima foram alguns dos resultados de uma proposta que dei aos alunos que começavam suas aulas de artes visuais comigo, com o objetivo de fazer uma avaliação diagnóstica. Através destes desenhos puderam todos eles perceber que desenhar faz parte da essência humana, que todas as pessoas podem desenhar, já que o essencial desta linguagem são os diversos tipos de linhas, de sombras, de tamanhos, de espaços, etc. Que desenhar é representar graficamente, através de traços. Que o importante ao se olhar um objeto é observar estes elementos e não a figura em si. Eles entenderam, então, que esta é a maneira de ver do artista, é a maneira que toda pessoa criativa vê as coisas ao seu redor, porque não usa somente o lado esquerdo do cérebro, que só analisa o que vê, mas usa também o hemisfério direito deste, que vê de forma sensível, intuitiva, simbólica, que faz uma leitura visual das coisas, que vê artisticamente. Compeenderam, a partir desta proposta, que para desenhar é preciso observar bem, conhecer, exercitar as formas, ou seja, as linhas retas, curvas, círculos, semicírculos, etc.
"A tomada da consciência da forma é fundamental para o processo de desenvolvimento gráfico e do pensamento visual." (Edith Derdyk )
O pensamento construtivista, resultado das pesquisas sobre a psicogênese da lingua escrita, foi desenvolvido por Emília Ferreiro e Teberoky. Trata-se de uma metodologia na qual o professor conhece a quem ensina e o que ensina, por isso não propõe deixar que o aluno aprenda sozinho, abandonado, mas sim que se saiba sobre o conhecimento prévio que ele já possui da linguagem. Desta forma, também, o aluno toma consciência de que já a conhece e possui.
Os exercícios acima têm como objetivo fazer com que a mão do aluno fique leve e firme para o desenho, também serve para que perfeiçoe o traçado, e para ele observar a escala de tom com diferentes lápis de grafite, a fim de lhe possibilitar a criação do efeito de volume nos objetos que vier a representar, com a aplicação de sombra e de luz.
A seguir um vídeo do Youtube sobre exercício com linhas horizontais e verticais
Agora faça você também exercícios com linhas.
"O desenho não é a forma, é a maneira de ver a forma." Edgar Degas
Nota: Os trabalhos desta postagem não são recentes.
Bem vindo a este blog, caro leitor. Espero que este lhe seja útil.
Se desejar reproduzir algum conteúdo dele poderá fazê-lo, mas solicito-lhe que cite a fonte, nos termos da lei 9610/98. E, por favor não esqueça de deixar o seu comentário! Obrigada. Leíse Paim
"A felicidade vem quando o seu trabalho e as suas palavras são para benefício de outros." "Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor assim, não morre jamais." Rubem Alves
"Escrever é participar, dividir experiências. Se você pode, deve acrescentar alguma coisa para a humanidade." Paulo Coelho
"Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no começo do seu percurso profissional serão obsoletas no fim da sua carreira. A segunda constatação, fortemente ligada à primeira, concerne à nova natureza do trabalho, no qual a parte de transação de conhecimento para de crescer. Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos." Levy
"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." Albert Einstein
Natural da cidade do Rio de Janeiro __ com formação em Licenciatura Plena em Educação Artística/A. Plásticas e Hist. da Arte, pós-graduação Lato Sensus em Educação Estética e Metodologia do Ensino. Capacitada também em atelieres de várias importantes instituições do país, como por exemplo a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e com renomados artistas, professores e críticos de arte brasileiros. Trabalho explorando diversas técnicas e materiais colocando-os num novo contexto, criando novas formas, um novo universo, objetos híbridos dando unidade aos fragmentos alguns já marcados pelo tempo. Transformando os elementos e materiais a partir de suas relações recíprocas em composições monocromáticas ou policromáticas, procuro aguçar os sentidos do observador para a percepção da imagem de um produto banal e do cotidiano tomando um novo rumo e estimulando novos significados. Aproprio-me da matéria e suas formas para a criação, são elas que encaminham o trabalho de modo que as minhas necessidades artísticas do intuir, do pensar, do fazer, do descobrir e do criar sejam satisfeitas de maneira não tradicional e revelem que a metamorfose é um processo externo, interno e eterno.
Leise Paim
O Carnaval do Brasil é de origem Européia, dos Açores, da Ilha da Madeira e de Cabo Verde em Portugal . ...
Li e recomendo:
Azulejo na cultura luso-brasileira. Edições do Patrimônio - Ministério da Cultura - IPHAN
Beatriz Milhazes Mares do Sul
BECKETT, Wendy. História da Pintura. Tradução: Mário Vilela, Editora Ática
CAVALCANTI, Carlos. Como entender a Pintura Moderna. Editora Rio, 1981
DERDYK, Edith.O Desenho da Figura Humana. São Paulo, Scipione
DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo, Martins Fontes, 2000
FISCHER, Ernst. A Necessidadeda Arte. Rio de Janeiro. Zahar Editores
LEITÃO, Mércia e DUARTE, Neide. Em cena Rex apresentando: Vida de Cachorro- Um passeio pela obra de Angelo de Aquino. São paulo, Editora do Brasil S/A, 1996
MAYER, Ralph. Manual do Artista. São Paulo, Martins Fontes, 2002
Museu do Oratório. Instituto Cultural Flávio Gutierrez - 2a. edição
OSTROWER, Fayga. A Sensibilidade do Intelecto. Rio de janeiro, Editora Campus, 1998
OSTROWER, Fayga. Acasos e Criação Artística. Editora Campus, Rio de Janeiro, 1990
PENTEADO NETO, Onofre. Desenho Estrutural. São Paulo, Perspectiva, 1981
PERCIA, Vicente de, NASSER, Yone B. d`Archanchy N. Vertentes do Amor e Morte-Reflexões sobre Tristão e Isolda na ópera de Richard Wagner - Histórias Arquetípicas.Scor Editora Tecci
REVISTA VIVER mente&cérebro - Coleção memória da pedagogia - Edição Especial no. 5
REYNOLDS, Donald. História da arte da Universidade de Cambridge - A Arte do Século XIX.Círculo do Livro
RÉGNIER, Gérard - O Melhor do Musée Picasso - Paris, Tradução de Fabio Fernandez. Editora Ática-
RÉGNIER, Gérard. O Melhor do MUSÉE PICASSO. Editora Ática
STANGOS,Nikos. Conceitos da Arte Moderna - Tradução de Àlvaro Cabral. Jorge Zahar Editor. Rio
UPJOH, Everard M, WINGERT, Paul S., MAHLER, Jane Gaston. História Mundial da Arte - Artes Primitivas - Arte Moderna. Bertrand editora
VIANNA, Maria Letícia Rauen. Desenhando com todos os lados do cérebro: Possibilidades de transformação das imagens escolares. Editora IBPEX. Curitiba, 2010 - Classificado entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti, na categoria Educação
WOODFORD, Susan.A Arte de Ver a Arte.Rio de Janeiro, Zahar Editores.
Já um ser meio homem, meio máquina, quase sem nome, é mais um número caminhando na mesma direção de tantos outros, que iguais a ele, não sabem onde vão.
Enquanto uma máquina já meio humana, rouba-lhe o lugar, rouba-lhe o traço, rouba-lhe o encanto transforma-se cada vez mais e o transforma cada vez menos.
Vive uma realidade tão irreal que o encanta para o iludir, como o canto da sereia que ao marinheiro quer atrair.
Enfeitiçado ele se deixa ser enganado e mergulha de corpo inteiro num mar de sígnos.
Nessa simbiose de homem e máquina por onde passa é só mais um, não mais que um faz parte da massa. Leíse Paim na Antologia "Contos e Poemas do Brasil VII" Litteris Editora
Tudo é provisoriamente eterno para os poetas. Tudo é provisoriamente provisório para os amantes. E o poema apenas a configuração do instante.
Capinan
Mesmo que você fuja de mim Por labirintos e alçapões Saiba que os poetas como os cegos Podem ver na escuridão.
Chico Buarque
Escrever é fácil. Você começa com uma maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias."
Pablo Neruda
Quisera que me recuerden
Quisera que me recuerden sin llorar ni lamentarme quisera que me recuerden por haber hecho caminar por haber marcado un rumbo porque emocioné su alma porque se sintieron queridos, protegidos y ayudados porque interpreté sus ansias porque canalecé su amor
Quisera que me recuerden junto a la risa de los felices le seguridad de los justos el sofrimento de los humildes
Quisera que me recuerden con piedad por mi errares con comprensión por mi debilidades con cariño por mis virtudes, si no es asi, prefiro el olvido, que será el más duro castigo por no cumplir mi deber de hombre.
Joaquim Enrique Areta na Antologia de poetas desaparecidos publicado pela Sociedade de Escritores Argentinos, "Palavra Viva".
Labirinto
Estou perdida dentro de mim mesma Procuro me encontrar Através de um túnel percorro Pergunto, improviso o imprevisto riso E vivo, e morro E subo e desço Começo pelo fim Digo sim Quando quero dizer não E me empolgo e me limito E me estrago, e me entrego De braços abertos e mente fechada Socorro, não grito Ajo Sou frágil, quando quero Sou forte quando menos espero Estou perdida num mundo que Não mais conheço Desconheço meus limites assim Que fazer? A quem recorrer, se estou perdida Dentro de mim mesma? Sou fogo e água Apago-me para não me queimar Sinto-me desprotegida sem amor Num laibrinto de sentimentos insanos Não é fácil desvendar o mistério Que tomou conta do meu ser neste momento Estou perdida dentro de mim mesma Ache-me, se for capaz!
Eunice Bernal
Contemplo
Passam as horas, ainda em silêncio, pelas janelas da minha vida, como o vento que se esconde, como o meu cão em lugares estranhos. O meu olhar são como vocábulos, dispersos no compasso da música, sem medo, envolto na saudade.
Vicente de Percia
A revolução não se utiliza apenas de palavras de ordem, panfletos, cartazes ou murais. Mas, também, de belas poesias, principalmente porque são poesias.
Bertold Brecht
Receita
Com a arma na mão Desafio a dor Que venha!!! Saudade, remorso, autopiedade Que venha!!! Relâmpago, trovão, tempestade A caneta Revelará ao papel, O lado belo de tudo isso Dor de esteta Aprendiz de feiticeiro não é só para ser sentida Macera na ponta da ferida revira e bate Até virar poesia
Izabel Maz
Querido Desconhecido
Meu amor Não sei por onde você tem andado O que tem feito Com quem tem sonhado Nem nos conhecemos ainda E venho com essas intimidades... Sinto a sua presença constante la é contagiante O seu perfume no ar Seu coração pulsar... Você passou por aqui hoje, Ou não Desculpe, nem ao menos nos apresentamos. Não sei nada sobre você Dos seus gostos e hábitos Seu nome, estado civil Só sei que sinto uma ternura espinal Nem sei explicar direito Um carinho, uma vontade de te beijar Não sei como você é nem o que faz. Mas é bom saber da sua existência. Saber que estás em alguma parte do mundo, me transmitir paz. Talvez esteja pensando em mim Ou não Será que um dia vamos nos conhecer? Devo deixar um mapa, um telefone, e-mail talvez Ou você saberá me encontrar? Será que sentirei ciúmes do seu passado? Será que acontecerá algo entre a gente além de amizade? Nem ao menos sei se você existe mesmo ou é apenas minha fantasia. Criei você para mim e agora já não sei viver sem a sua presença Sinto sua falta e até saudades Você me faz um grande bem, me faz ser melhor Sinta-se à vontade para voltar aqui quando quizer Não precisa pedir permissão, venha sempe que sentir vontade Sinta-se abraçado todos os dias por mim Sem te conhecer gosto de você Gosto de amar você.
Eunice Bernal
"O poeta não é um alienado, um ingênuo. O poeta é um fazedor e um político"
Haroldo de Campos
"A função poética já é uma função crítica."
Ledo Ivo
"A poesia impede que a lingua se degrade."
Eliot
A Arte é luz é sina
A Arte aluzcina
Quero aluzinarte
Afonso Romano de Santana
"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."
Mário Quintana
SOU PROFESSOR
Nasci no momento exato em que uma pergunta saltou da boca de uma criança. Fui muitas pessoas em muitos lugares. Sou Sócrates, estimulando a juventude de Atenas a descobrir novas ideias através de perguntas. Sou Anne Sullivan, extraindo os segredos do universo da mão estendida de Helen Keller. Sou Esopo e Hans Cristian Anderson, revelando a verdade através de inúmeras histórias. Sou Marva Collins, lutando pelo direito de toda criança à Educação. Sou Mary McCloud Bethune, construindo uma grande universidade para seu povo, utilizando caixotes de laranja como escrivaninhas. Sou Bel Kauffman, lutando para colocar em prática o Up Down Staircase Os nomes daqueles que praticam minha profissão soam como um corredor da fama para a humanidade: Booker T. Washington, Buda, Confúcio, Ralph Waldo Emerson, Leo Buscaglia, Moisés e Jesus. Sou também aqueles cujos nomes foram há muito esquecidos, mas cujas lições e o caráter serão sempre lembrados nas realizações de seus alunos. Tenho chorado de alegria nos casamentos de ex-alunos, gargalhado de júbilo no nascimento de seus filhos e permanecido com a cabeça baixa de pesar e confusão ao lado de seus sepulturas cavadas cedo demais. para corpos jovens demais. Ao longo de cada dia tenho sido solicitado como ator, amigo, enfermeiro e médico, treinador, descobridor de artigos perdidos, como o que empresta dinheiro, como motorista de táxi, psicólogo, pai substituto, vendedor, político e mantenedor da fé. A despeito de mapas, gráficos, fórmulas, verbos, histórias e livros, não tenho tido, na verdade, nada o que ensinar, pois meus alunos têm apenas a si próprios para aprender, e eu sei que é preciso o mundo inteiro para dizer a alguém quem ele é. Sou um paradoxo. É quando falo alto que escuto mais. Minhas maiores dádivas estão no que desejo receber agradecido de meus alunos. Riqueza material não é um dos meus objetivos, mas sou um caçador de tesouros em tempo integral, em minha busca de novas oportunidades para que meus alunos usem seus talentos e em minha procura constante desses talentos que, às vezes permanecem encobertos pela autoderrota. Sou o mais afortunado entre todos os que labutam. A um médico é permitido conduzir a vida num mágico momento. A mim, é permitido ver que a vida renasce a cada dia com novas perguntas, ideias e amizades. Um arquiteto sabe que, se construir com cuidado, sua estrutura poderá permanecer por séuclos. Um professor sabe que, se construir com amor e verdade, o que construir durará para sempre. Sou um guerreiro, batalhando diariamente contra a pressão dos colegas, o negativismo, o medo, o conformismo, o preconceito, a ignorância e a apatia. Mas tenho grandes aliados: Inteligência, Curiosidade, Apoio paterno, Individualidade, Criatividade, Fé, Amor e Riso, todos correm a tomar meu partido com apoio indônito. E a quem mais devo agradecer por esta vida maravilhosa, que sou tão afortunado em experimentar, além de a vocês, ao público, aos pais? Pois vocês me deram a grande honra de confiar-me suas maiores contribuições para com a eternidade, seus filhos. E assim, tenho um passado rico em memórias. Tenho um presente de dasafios, aventuras e divertimento, porque a mim é permitido passar meus dias com o futuro. Sou professor... e agradeço a Deus por isso todos os dias.
John W. Schlatter
ORAÇÃO DO PROFESSOR
Dai-me, Senhor, o dom de ensinar. Dai-me esta graça que me vem do amor. Mas, antes de ensinar, Senhor Dai-me o dom de aprender. Aprender a ensinar. Aprender o amor de ensinar. Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, com o amor. De aprender sempre. Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe. Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade. Que meus conhecimentos não produzam orgulho, Mas cresçam e se abasteçam da humildade Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas Mas animem as faces de quem procura a luz. Que a minha voz nunca assuste, Mas seja a pregação da esperança. Que eu aprenda que quem não entende Precisa ainda mais de mim. E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor. Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender. Para que eu possa trazer o novo, a esperança E não ser um perpetuador das desilusões. Daí-me, Senhor, a sabedoria do aprender. Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do amor.
Antônio Pedro Schlindwei
Chuva que cai agora,
Sem exagero ou vingança,
Vinda em tão boa hora
Feito riso de criança!
Que refresca e anuncia!...
Bendita chuva que vem
Querendo fazer o bem,
que lava e que fertiliza,
E desliza pelo chão.
Com bênçãos do nosso Pai
Bendita chuva que cai
Sem pressa e sem trovão.
O cheiro de terra molhada
Traz consigo tanta vida
E a plantação irrigada
Fica tão agradecida
Que se abre em alimento!
Que bonito este momento.
Bendita chuva que cai
Presente do nosso Pai!
Mariesse Paim
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem
E, olhas então, essas tuas mãos fazias
no maravilhado espanto dos saberes
que o alimento deles já estava em ti.
Mário Quintana
"Poucos enxergam as coisas sem feitio, salvo doidos e poetas."