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Pintura como Meio - com Beatriz Milhazes


"Ela é carioca, ela é carioca..."

"Sou carioca, sempre tive meu ateliê ali no Jardim Botânico." Beatriz Milhazes

Também tive a grande oportunidade de ser aluna de Beatriz Milhazes, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, há alguns anos atrás.

"a bossa nova é uma categoria que me inspira pela minha relação com o Rio, que é sempre uma fonte inspiradora. " Beatriz Milhazes

É por isso, que a artista continua residindo e tendo ateliê no Rio, apesar de estar constantemente fora do país.

"eu preciso ver a natureza, ver a praia, esse jeito do Rio...Isso é uma fonte inspiradora." Beatriz Milhazes

Sempre muito atenta aos processos dos seus alunos, ela procurava quando por eles solicitada atendê-los, com poucas palavras mas com muita paciência, calma e seus conhecimentos sobre arte, assim como parece ser o seu processo criativo.

"Meu processo de pintura é lento, vou compondo aos poucos, em camadas."  Beatriz Milhazes

Foi nesta época que dei início à modalidade Objeto, com colagem de serragem de madeira e pintura com pigmento natural.

Abaixo, o primeiro deles.

                                                                     
                                                         Sem título - de Leíse Paim

Além dos trabalhos práticos propostos, fazia parte da sua metodologia de ensino a reflexão sobre eles.

Abaixo um texto que ela escreveu para mim, quando eu refletia sobre as questões do meu trabalho.



Texto de Beatriz Milhazes, para Leíse

                                                                   
Outros, do meu projeto, foram criados mais tarde, como por exemplo os dois abaixo.



                                                          Sem título - de Leíse Paim      


Veja mais obras em:
http://artesvisuais-deleisepaimblogspot.com/

Beatriz também falava e entregava apostilas sobre cor, levava o aluno à biblioteca quando achasse necessário esclarecer alguma questão do seu trabalho e às exposições coletivas de artistas contemporâneos. Em algumas pude ver seus trabalhos, mais antigos, como por exemplo na Casa França Brasil e no Museu de Belas Artes, além de outros locais.


                                         
                              Um dos trabalhos que vi, na época, em grandes dimensões.
                                                    

Abaixo, um cartão que recebi de Beatriz Milhazes com uma imagem de sua criação, que também emoldurei e coloquei na parede.

                                                    Cartão de Beatriz Milhazes para Leíse


Mensagem do cartão de Beatriz Milhazes para Leíse


Foi nesta época que Beatriz Milhazes começou a expor fora do Brasil, mas na América Latina. Seus alunos, ao saberem do sucesso que fez e do prêmio que recebeu, ficaram felizes e fizeram muitos comentários sobre o assunto.

Na sua oficina, "Pintura como Meio", ela dividia o espaço com alunos iniciantes através de propostas e orientando os que já tinham trabalho em andamento __ onde eu me incluia.

Beatriz é formada em comunicação social, é artista visual, faz pintura, colagem, ilustração, gravura, móbiles, cenografia, intervenção no espaço público, estamparia, etc. Foi aluna, também, da Escola de Artes Visuais do Parque Lage __ por indicação de sua mãe que era professora de História da Arte __onde percebeu que pintar era o seu verdadeiro desejo. 

Hoje, Beatriz Milhazes é uma artista de grande sucesso, com obras em acervo de diversos museus, galerias de arte e de diversos colecionadores de arte no Brasil e no exterior. São umas das mais cotadas no mercado de arte internacional e tidas como de qualidade por grandes críticos internacionais.

Há alguns anos, tive o prazer de encontrá-la tres vezes no Rio de Janeiro. Numa delas, se não me engano, numa exposição no Paço Imperial, disse-me que não dava mais aula e que eu não parasse de pintar, no Centro Cultural Banco do Brasil acompanhada ela de Paulo Herkenhoff __ na sua exposição "Mares do Sul"__ quando autografou para mim seu livro do mesmo nome, e numa abertura de exposição na Galeria Anna Maria Nyemeyer, com vários artistas brasileiros contemporâneos convidados para o evento.

Abaixo, o livro "Mares do Sul".






"a artista sustenta um tipo de versão revista no plano modernista. Porém, trata-se de uma versão contemporânea, sem nada de antiquado ou acadêmico(...)Milhazes segue a máxima de Matisse (...) mas (...) de maneira bem diferente(...)" Barry Schwabsk

Matisse dizia que seu trabalho era decorativo, Beatriz Milhazes afirma que seu trabalho não, embora se interesse pela arte decorativa. Sua intenção sempre foi unir as questões culturais do Brasil com as questões da pintura. Embora haja beleza nas suas telas, o problema para ela é a pintura, o elemento estrutural da sua obra é a cor.

"Sem a cor a imagem não acontece. Quando a sinfonia das cores não funciona, a sedução acaba." Beatriz Milhazes

"A pintura também tem um passado enorme. Toda a história da arte é praticamente construída em cima da pintura. Então, inovar é mais desafiante hoje em dia. É exatamente isso que me interessa." Beatriz Milhazes.

"a estética me interessa, isso com certeza. O que me interessa em arte é criar um universo que não exista no mundo real."  Beatriz Milhazes

"O trabalho tem que ser universal. Ele tem que ter uma capacidade não de comunicação, mas de qualidade, que é internacional." Beatriz Milhazes


"Sou movida pelo prazer. E acho que isso fica visível no meu trabalho, que tem uma alma brasileira." Beatriz Milhazes

Abaixo, algumas de suas obras no Brasil e no mundo.

                                                                 
Pinacoteca de São Paulo, Brasil


Pinacoteca de São Paulo, Brasil

                                                 

Restaurante Tate Modern, Londres



Fondation Beyeler - Basel, Suiça



Fondation Cartier - Paris, França




Joá
 acrílica s/tela
270 x 200 cm 


Moon - 2007
colagem s/ papel
160 x 190 cm

                                                                  Dancing - 2007
                                                                   Acrílica s/tela
                                                                   247 x 350 cm



                                                Peace and Love - no metrô de Londres


                                                                     
                                                                   Estampa



                                                             Gamboa - 2008
                                                              Técnica Mista
                                                                 6.5 x 3.2 m  


                                        Cenografia do espetáculo Tempo de Verão - 2004



                                                                   O Mágico - 2001

A tela, acima, foi arrematada em leilão por mais de um milhão de dólares pelo colecionador argentino Eduardo Constantini, valor nunca alcançado na época por uma obra de artista brasileiro vivo.

Fonte:
O Globo - Segundo Caderno - 07 de fevereiro de 2010
Liivro "Mares do Sul"  -  Beatriz Milhazes
site do Itaú Cultural
google imagens



Nota : Os trabalhos desta postagem não são recentes.